09
ago
15

O Fundo do Poço

Após a eliminação vexaminosa da Libertadores pelo mediano Tigres do México, o Internacional sofreu uma goleada desmoralizante de 5 x 0 no Gre-Nal. Se isso não é o fundo do poço, então não sei o que é…

Réver e Juan observam o gol do Grêmio: zaga leeeeeeeeenta...

Réver e Juan observam o gol do Grêmio: zaga leeeeeeeeenta…

O que aconteceu hoje na Arena gremista foi o símbolo da administração Vitório Píffero, o Homem-Mazembe: um fiasco. Entrou para a história como uma das páginas mais negras da gloriosa história colorada. Mas o pior de tudo, é que a derrota já era esperada, apenas o placar foi mais elástico do que pensávamos.

Eu dizia há dias que empate era goleada, e que iria comemorar na Goethe se isso acontecesse.

Mas como alguém consegue levar um clube da grandeza do Internacional ao fundo do poço?

A Boca Louca

O peixe morre pela boca. Jacaré não foi para o céu porque tem boca grande. Píffero não tem freio quando fala. E, falando, começou a enterrar o nosso clube.

Vitório Píffero meteu os pés pelas mãos.

Vitório Píffero meteu os pés pelas mãos.

Ele nem tinha vencido uma eleição que, visivelmente, “estava no papo”, e já começava a queimar treinadores. De cara, descartou Abel Braga.

Ora, gente, o Inter de 2014 tinha muito menos plantel que o de 2015. E Abel Braga, mesmo com seu tão criticado “bruxismo”, colocou o clube na Libertadores de 2015. Mais ainda, chegou em terceiro no campeonato brasileiro. Abelão era tão ruim assim? O treinador que nos deu as maiores glórias? Ser descartado antes mesmo do brasileirão acabar?

Píffero afirmou, em sua campanha, que estava acertado com Tite. MENTIRA! Tite já tinha acertado sua volta para o Corinthians. Mesmo assim, o Homem-Mazembe afirmou que Mano Menezes, Celso Roth e outros não serviam para o Inter. Disse mais: treinadores estrangeiros também não serviam.

Aí começou a situação tragicômica: após ganhar a eleição, começou a implorar para que um dos treinadores que havia criticado aceitasse treinar o colorado. Obviamente, nenhum deles aceitou…

No final, acabou trazendo um treinador uruguaio, sua SEXTA opção… Planejamento e convicção em seu estado mais puro,,,

Após uma sequência titubeante na Libertadores, e um desempenho medonho no brasileiro, os astros mandaram uma mensagem para ele: lembre de 2010!

Como em 2010, Celso Roth havia acabado de assumir o Vasco da Gama. Como naquele ano, o treinador uruguaio se mostrava completamente perdido. Como na campanha do bi da Libertadores, o preparo físico (culpa de um preparador uruguaio, trazido pelo tal treinador uruguaio) era péssimo e comprometia totalmente o desempenho do time. Eram muitos sinais que não poderiam ser ignorados!

Píffero nada fez. O resultado foi o que se viu.

As “Contratações de Peso”

Parecia que o Inter era o Barcelona. Ex-jogadores e outros que vinham de sérios problemas físicos foram trazidos a peso de ouro. Na contramão do resto do Brasil, o “botocudo” gastava dinheiro “a rodo” e deixava a folha de pagamento colorada no topo do ranking brasileiro. A folha de pagamento, não o time.

Quando Anderson desembarcará em Porto Alegre?

Quando Anderson desembarcará em Porto Alegre?

Léo, Réver, Nilton, Lisandro Lopes, Anderson, Vitinho e outras “tranqueiras”. Algum deles deu certo?

Não estou dizendo que ele era obrigado a acertar em 100% dos casos. Mas é necessário contratar com critério. Algumas apostas devem ser feitas, mas alguns tiros bem calibrados precisam ser dados.

No final das contas, o pouco que se conseguiu deve-se aos garotos criados em casa, cujos salários, juntos, não pagam um Rafael Moura ou Anderson.

Por falar nisso, Rafael Moura e Jorge Henrique ficaram. O atacante conhecido pela alcunha de He-Man (tá mais para Rain Man…) recebe quase meio milhão de reais todo o mês…

Essa gastança desmedida provocou uma coisa que há muitos anos não se via no Beira-Rio: salários atrasados.

Aliás, por falar nisso, dou os “parabéns” para quem renovou o contrato de Alan Ruschel por 3 anos. E, não fosse o próprio Fabricio “se expulsar” do clube, ainda seria titular no Inter. Até Gefferson em mau momento é melhor que Fabricio ou Alan Ruschel

Metendo os Pés Pelas Mãos

Aí vem as atitudes “tresloucadas” do presidente.

Após dizer que nao iria vender ninguém, para que o Inter pudesse conquistar o titulo brasileiro, ele mandou embora simplesmente o atacante Nilmar. Aranguiz e Gefferson já fizeram as malas, e existe o risco iminente de perdermos Sasha, Valdívia, Rodrigo Dourado e até o excelente goleiro Alisson. Um desmonte está em curso…

Aliás, Aranguiz ainda é jogador do Inter, recebe um bom salário (agora em dia), mas não aparece mais nem para treinar… Onde está o chefe dele?

A Saída de Nilmar

Com tanta tranqueira, tinham que vender logo o Nilmar?

Com tanta tranqueira, tinham que vender logo o Nilmar?

Mandou embora, sim. Nilmar não queria ir embora. Aos 31 anos, montou toda uma estrutura em Porto Alegre, onde ficava perto da família, e ganhava um salário de R$ 800.000,00 mensais no Inter, o clube de seu coração. Recebeu uma proposta do oriente medio pelo mesmo salário e recusou. Aí pediu um valor estratosférico (fala-se em R$ 1.200.000,00 por mês, pagos em euros), para que os árabes recusassem. Eles aceitaram. Aí ele disse que só o presidente poderia decidir. E Píffero aceitou a proposta de venda.

Que não era um valor à altura de Nilmar. Porém, por causa do que eu expliquei antes, o clube atrasou os salários. E entre os atrasos, havia um valor de aproximadamente um milão e meio de euros que o clube devia para o atacante. As perspectivas para o futuro eram ruins. Mesmo contrariado, Nilmar acabou indo para Dubai…

Ele sofria com lesões, como todo o time – inclusive garotos de 20 anos de idade. O preparador físico de Aguirre fez um estrago considerável no elenco colorado. E não seria o franzino Nilmar, com longo histórico de lesões, que sairia ileso de um trabalho tão medonho.

Além disso, em um time totalmente desorganizado, e escalado repetitivamente de maneira equivocada, o atacante ficava isolado no meio da zaga adversária. Sendo assim, os gols não vinham. A culpa era de Nilmar ou de Diego Aguirre?

Vou mais longe: quem era o chefe de Aguirre? Quem tinha que cobrar o treinador?

Não valeria um esforço para segurar um dos poucos jogadores realmente diferenciados do elenco?

Eu, pessoalmente, fiquei magoado porque sempre tive uma grande frustração (eu e Nilmar): em suas duas passagens anteriores, ele não teve a oportunidade de jogar uma Libertadores.

Desta vez, ele teve, mas sem condições decentes. Enquanto Aguirre escalava o time com alguma racionalidade, Nilmar brilhava. Depois, pelos motivos já enumerados, sucumbiu com o resto do time. Era culpa sua se o “bruxo” Lisandro Lopez era “colado” no time com Super Bonder?

A Falta de Timing

Como eu já tinha enumerado, a contratação de Diego Aguirre foi um erro, provocado pela “boca louca” do próprio Píffero.

Mas o erro maior foi sua manutenção. No início de seus trabalhos, ele insistia em algumas coisas (o tal do “rodízio” era a pior delas) absurdas. Aguirre era o “soldadinho do passo certo”, contra o senso geral.

Muitas vezes os loucos parecem geniais, mas somente até as pessoas perceberem que eles são, na verdade… loucos!

O melhor momento do uruguaio foi exatamente quando ele “achou” um time que funcionava, antes da parada para a Copa América.

Pois foi o próprio Aguirre que “implodiu” o esquema que deu certo. As atuações do time mostravam claramente a total falta de noção do treinador. A preparação fisica era ridícula: o time jogava mesmo nos 20 minutos iniciais, caía abruptamente de rendimento após isso e “parava” de jogar lá pelos 15 minutos do segundo tempo. Isso era visto com clareza por qualquer um. Nem precisava ter grandes conhecimentos para perceber.

Essa era a hora de agir. Em 2010 foi assim. Mas em 2010 nós tínhamos Fernando Carvalho na diretoria. E isso fez toda a diferença;

Porém, faltando 3 dias para um Gre-Nal importante, em um arroubo, ele demite o treinador. Totalmente fora de hora. Odair Hellmann teve apenas 3 dias para tentar acertar um time que, antes mesmo da demissão de Aguirre, estava depressivo e sem ânimo. Após a inesperada – àquela altura – defenestração do uruguaio, o psicológico dos jogadores “escorreu pelo ralo”.

Então, um time sem ânimo, depressivo e sem preparo físico, que “caiu no colo” do auxiliar técnico, perder por 5 x 0 não é nada de absurdo.

Mas jogar o time nessa situação, nesse momento, é.

Dá Para Descer Mais?

Dá, claro. A segundona é o limite. Ou a diretoria abandona a arrogância, bota a mão na consciência e faz uma reengenharia na gestão, ou nós vamos acabar imitando o nosso co-irmão – em vários níveis.

Time apático, preparo fisico ruim, ex-jogadores. 5 x 0 saiu até barato.

Time apático, preparo fisico ruim, ex-jogadores. 5 x 0 saiu até barato.

A série B é apenas uma delas. As finanças arrasadas são até mais graves, porque o futebol depende de dinheiro. Não dá para fazer em 2015 o que se fazia em 2010, ou 2012. As circunstâncias mudaram totalmente, a bolha estourou e o país está em uma crise que não se via desde 1990 – obrigado aos que votaram no PT!

É imprescindível se livrar das “tranqueiras”, de modo a dar uma boa “enxugada na folha de pagamento. Além disso, precisamos olhar com carinho para as categorias de base. Hoje, por exemplo, não temos um centroavante no plantel principal. Lisandro Lopes (que foi responsável direto por jogadas que resultaram em 2 gols do greminho, hoje) é um fracasso total. Seu reserva é Rafael Moura, sobre o qual prefiro omitir comentários. Temos alguns garotos promissores com 19 ou 20 anos, e temos que providenciar sua integração ao grupo principal. Os objetivos possíveis são baixos, e isso ajuda. Ou alguém acredita em algum outro título para o Inter em 2015? Ainda bem que ganhamos o “ruralito”…

A escolha do treinador é outro ponto crítico, dividido em dois. Vou explicar.

Não acredito que um treinador decente vá assumir o Inter agora. E, quando falo decente, excluo automaticamente Mano Menezes e Oswaldo Oliveira, vamos deixar bem claro. Eu tentaria Muricy Ramalho para 2016 (assinando contrato agora), e traria um emergente promissor para o resto do ano.

Seria o caso de oferecer para Argel ou Lisca a “chance da vida”. São dois treinadores com potencial e fome de vitórias que consolidassem suas carreiras. Como a Libertadores e o brasileiro já “foram para o vinagre”, essa seria uma aposta barata e bem calibrada. E sem a obrigação de ficar com o treinador para o ano que vem. Deus (Fernando Carvalho) fez algumas apostas assim, inclusive o próprio Celso Roth para o final da Libertadores de 2010 – que ele venceu.

Agora, uma coisa que tem que mudar é o critério para a escolha do preparador físico. O preparador físico tem que ser do clube. O treinador terá que utilizar o preparador do clube, sem trazer seus “bruxos”. Essa é uma maneira de garantir a qualidade do profissional e do trabalho desenvolvido.

Isso não é nenhuma novidade. Paulo Paixão já foi essa figura no Inter. O excelente Fábio Mahseredjian também já foi, mas saiu após ser “colocado de escanteio” pela segunda vez – um verdadeiro ultraje.

O treinador tem que se adaptar às normas do clube, e não o contrário.

Conclusão

Eu acharia melhor se Vitório Píffero entregasse o cargo e convocasse novas eleições. Mas isso não irá acontecer.

Nem Alisson conseguiu evitar a goleada.

Nem Alisson conseguiu evitar a goleada.

Nada de pessoal contra Píffero. Ele é um grande e abnegado colorado. Só que sua gestão e muito ruim, e o clube sofre com isso. Tenho quase saudades da gestão Giovanni Luigi – e isso não é nada bom.

Então, resta a ele tentar salvar o clube de uma tragédia ainda maior. Para isso, precisará tomar decisões com ponderação e sabedoria. É o que nós, colorados desejamos. E precisamos.

23
jul
15

“Como Jogar Fora uma Libertadores”, por Diego Aguirre

Pode ser o título de um futuro livro escrito pelo treinador colorado. Ou pode ser o resumo do que foi Internacional 1 x 3 Tigres.

aguirre-fiasco

Escrevo essas maltraçadas linhas com um sentimento de frustração indescritível. Estivemos quase com a mão na Taça Libertadores da América. Encontramos um bom time, que tinha capacidade para conquistar o tão sonhado tri. E nos últimos momentos, o nosso treinador “meteu os pés pelas mãos” e jogou tudo fora.

Quem Inventa é Inventor, Não Treinador

O Internacional tem um time que funciona bem, com um esquema de jogo bem sucedido, que teve sucesso sempre que foi utilizado. Alisson, William, Ernando, Juan, Jefferson, Rodrigo Dourado, Aranguiz, D’Alessandro, Valdívia, Eduardo Sasha e Nilmar. D’Alessandro caindo mais pela direita, bem como Sasha. Valdívia na esquerda. Este último e Sasha, além de atacar, ajudam na marcação – adiantada. Não é perfeito, mas funciona muito bem?

Pois Diego Aguirre tinha todos esses jogadores à sua disposição para o jogo contra o Tigres. Juan e Sasha tinham voltado de lesão, mas jogaram no final de semana com excelente desempenho.

Mas não… O nosso treinador, que já abusara da sorte em várias outras ocasiões (tirar Nilmar para colocar Rafael “Rain Man” Moura e ele fazer o gol da vitória, por exemplo), simplesmente ignorou tudo o que ele mesmo tinha criado, testado e aprovado. Jogou fora um bom trabalho e mudou a escalação e o esquema de jogo. Ao invés de colocar Sasha para jogar com Nilmar, insistiu em Lisandro Lopez. Ora, em todas as vezes que Lisando e Nilmar jogaram juntos, o desempenho foi ruim. Nilmar, “o” jogador fora-de-série do Inter, precisa de um companheiro com as características de Sasha para que possa render, senão a bola não chega nele. Lisandro é um bom jogador, mas não atende a essas necessidades, nem de longe…

O esquema de jogo, então, foi um horror. Já prejudicado pela escalação errada de Lopez no lugar de Sasha, ele inverteu Valdívia de lado (o cabeludo saiu jogando pela direita do ataque), e posicionou D’Alessandro no meio, onde ele sempre sucumbe à marcação. Para piorar ainda mais a situação, mesmo estando “careca” de saber que seus laterais não conseguiam segurar os agudos atacantes do Tigres, especialmente o garoto William, deixou os dois lados desprotegidos – agravado pelo fato de que Lisandro Lopez não marca absolutamente nada.

Leeeeeeeeeentoooooooo… E Errado

Mas muito pior do que fazer a c@g@da, é ver isso e não fazer nada. Aí, Diego Aguirre, pessoalmente, não podia fazer nada, por estar suspenso. O erro maior foi da sua filosofia de trabalho.

Enrique Carrera, o auxiliar que esteve à beira de campo, deixou para colocar Eduardo Sasha apenas aos 13 minutos da etapa final, quando o Inter já perdia por 3 x 0! É óbvio que isso foi a orientação de Aguirre.

Não satisfeito com tamanho absurdo, ele ainda cometeu o desaforo de tirar Nilmar (!!!!!!!!!!!!) e deixar Lisandro Lopez, que fez – desde o início, aliás, desde a partida anterior – uma péssima partida… É simplesmente PEDIR PARA PERDER! IMPLORAR PARA SER DESCLASSIFICADO!

O Jogo

Ao contrário do início da partida no Beira-Rio, quando o Inter começou arrasando e fazendo dois gols em 9 minutos, o Tigres encontrava algumas dificuldades e não conseguia atacar o time colorado como desejava. Porém, com a escalação torta e o esquema mais ainda, o próprio Inter não conseguia nem chegar perto do gol adversário. Nilmar estava totalmente isolado, no meio da marcação. D’Alessando marcadíssimo. Valdívia lutava praticamente sozinho contra a retranca mexicana. Faltava ele, o jogador fundamental. Sasha. Seu substituto, quando não era ausente, era simplesmente ruim.

Se atrás a coisa meio que funcionava no início da partida, a partir dos 15 minutos iniciais a situação começou a ficar perigosa.

Os laterais colorados, como aqui em Porto Alegre, foram absolutamente horríveis. Dois erros crassos (um gol contra de Jefferson e um pênalti de William) foram apenas a parte mais visível de atuações pífias.

Jefferson falhou repetidas vezes, e William não ganhou uma única jogada – sem exagero! – sequer de Javier Aquino. Nenhuma. O jogo todo…

Agora, não dá para simplesmente condenar os dois garotos, que são bons jogadores. A culpa é do treinador, que sabendo de suas deficiências, nada fez para compensá-las.

Alisson foi o melhor em campo. Até pênalti de Rafael Sóbis ele pegou.

Alisson foi o melhor em campo. Até pênalti de Rafael Sóbis ele pegou.

Junte-se a isso uma atuação abaixo de qualquer crítica de Aránguiz e um incomumente ruim desempenho de Rodrigo Dourado. Com D’Alessandro anulado pela marcação, fica fácil entender a razão do meio campo colorado não ter funcionado.

O saldo foi cruel: o primeiro tempo terminou com 2 x 0 para os mexicanos, e logo aos 11 minutos da etapa final eles fizeram o terceiro.

Depois, Sasha entrou no lugar de Nilmar, a pior substituição possível de ser feita. Sasha entrou muito bem, mas sentiu falta do talentoso 7 colorado. Mais tarde entrou Alex, no lugar de Valdívia. Eu juro que queria saber o que o pessoal da comissão técnica tomou antes da partida. Deve ser bem forte… No final, ainda colocaram Rafael Moura no lugar de William

Mal escalado, mal montado, mal substituído. Só podia dar no que deu.

No final, Sasha ainda cruzou para Lisando marcar o único gol colorado. Se o Inter fizsse mais um, só mais um, se classificaria. Mas esse gol saiu aos 43 do segundo tempo… Too late

Desempenhos Individuais

Ernando foi o menos pior da defesa, em uma partida que teve uma boa atuação e uma atuação heroica em especial.

Juan não justificou a expectativa que provocou ao voltar de lesão. Wiliam e Jefferson, junto com Lisandro, foram os piores em campo.

Aránguiz e Rodrigo Dourado, especialmente o primeiro, tiveram atuações irreconhecíveis.

D’Alessandro fez pouco, quase nada. Muito marcado, fora de seu melhor posicionamento, mais discutiu que jogou.

Nilmar apenas assistiu a partida. Quando tinha chance de começar a participar, que foi quando Sasha finalmente entrou em campo, foi sacado. Saiu visivelmente contrariado.

Valdívia: ilha de talento e vontade de vencer.

Valdívia: ilha de talento e vontade de vencer.

Ninguém pode reclamar de Valdívia, que foi sacado do time para a entrada de Alex. Eu não disse que o treinador “meteu os pés pelas mãos”? O cabeludo, enquanto esteve em campo, deu o seu melhor, destoando de seus colegas e mostrando sua enorme habilidade. É uma pena ele ter que compartilhar essa derrota com o resto do time, pois ele jogou para vencer – foi um dos poucos que fizeram isso hoje.

Mas a atuação de Alisson foi épica. Os gols apesar de numerosos, não podem ser colocados em sua conta. Muito pelo contrário. O goleiro colorado fez defesas espetaculares e ainda pegou um pênalti cobrado por ninguém menos que Rafael Sóbis! Eu venho dizendo há algum tempo que goleiro não é problema para nós. A excelente atuação de Alisson só confirma isso.

Alex ainda tentou fazer alguma coisa, como alguns chutes de fora da área, mas faltava-lhe companhia. E Rafael Moura, como esperado, não fez absolutamente nada.

Aliás, eu comentei com meu filho Lucas, que quando a gente esperava pela entrada de Rafael Moura para tentar resolver a situação, era porque não havia nada mais a ser feito.

Conclusão

Eu nunca fui o maior defensor de Diego Aguirre. Reconheço seus méritos, como a aposta nos garotos da base, que deram bom resultado, e seu time titular, com o esquema titular, era muito bom.

Não concordava com aqueles rodízios intermináveis, muitas vezes desnecessários e até mesmo temerários. E, apesar de muita gente reclamar do “bruxismo” de Abel Braga, o Inter foi eliminado da Libertadores exatamente pelo “bruxismo”: Aguirre “morreu abraçado” com Lisandro Lopez, e não se enganem: ainda bem que Jorge Henrique está lesionado…

O treinador colorado abusou da sorte, com escalações temerárias e substituições absurdas. Enquanto funcionou, beleza. Pena que, tão perto da final, “o caldo desandou”… Afinal, a sorte acompanha os competentes, e a incompetência reinou nesta partida.

O resultado é péssimo para o clube, em vários sentidos.

Sem o título, vai faltar dinheiro no – já estourado – orçamento. Sendo assim, jogadores serão vendidos. Podem esperar dolorosas despedidas para os próximos dias.

Além disso, a essas alturas, o negligenciado campeonato brasileiro já era. Dá para pegar um G-4, para garantir a vaga na Libertadores de 2016? Até dá, mas somente se o treinador adotar uma postura mais responsável. E os jogadores, terão ânimo para isso? Ah, pois é…

Tem a Copa do Brasil. Mas a Libertadores estava bem mais próxima… Me sinto apreensivo com relação a isso…

Enfim, o trabalho de Aguirre era bom na Libertadores (até o jogo passado), e péssimo no brasileiro. Agora só nos resta o brasileiro. E aí?

O Tigres é um bom time? Ruim não é. É melhor que o Inter? Tenho certeza de que se tivéssemos entrado em campo com o time certo, com o esquema certo, teríamos passado por cima dos mexicanos.

Por quê eles não fizeram como em 2010 e chamaram o Celso Roth… O Celso iria se consagrar com esse time…

29
jun
15

Chris Squire

Mais uma perda para lamentarmos. Morreu o baixista e líder do Yes, o espetacular Chris Squire.

Chris_Squire_Beacon_Theatre_2013-04-09_5Os últimos tempos têm sido cruéis para a música. Os heróis estão tombando. Com eles, a esperança de se ouvir músicas de qualidade. Já perdemos, Jon Lord, Jack Bruce, Joe Cocker e B. B. King, só para citar alguns. Agora, um dos maiores baixistas e compositores de todos os tempos nos deixou. Muito triste.

Chris Squire foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda em maio deste ano. Faleceu aos 67 anos, após mais de 50 anos de excelentes serviços prestados à música.

Sua banda, Yes, é considerada um dos expoentes máximos do que se convencionou chamar de rock progressivo. Na verdade, era uma espécie de mescla entre o rock e a música clássica, com nuances de jazz – especialmente no caso do Yes. Caracterizado por músicas longas, com variações radicais de melodia e ritmo (na mesma canção), discos conceituais (onde todas as músicas giravam em torno de um tema principal) e virtuosismo explícito de instrumentistas talentosíssimos, o rock progressivo foi o auge do talento e habilidade musical no rock. Bandas como Yes, Genesis, King Crimson, Emerson, Lake & Palmer, Gentle Giant e outras foram responsáveis por obras que podem ser comparadas a peças de música erudita – porém tocados com teclados, baixos, guitarras e baterias.

O Yes se caracterizou por ser uma das bandas que contavam com os músicos mais virtuosos. Desde seu início, não havia “peixe pequeno” em suas várias formações. Rick Wakeman, Bill Brufford, Jon Anderson, Steve Howe, Alan White, Tony Kaye, Patrick Moraz, Geoff Downes e Trevor Rabin são apenas alguns dos nomes que fizeram parte da banda. Um melhor que o outro. Porém, em todas as formações, um nome era constante: Chris Squire. O “dono” da banda. Um dos elementos mais marcantes do som do Yes, em suas várias vertentes.

De And You and I a Owner of a Lonely Heart, de Close to The Edge a Love Will Find a Way, de Wonderous Stories a Time and a Word, todas as músicas da banda tiveram o baixo de Chris. Além disso, foi o compositor principal de várias músicas, como I’ve Seen All Good People e Heart of the Sunrise, sucessos indiscutíveis.

Nos primórdios da banda, Squire foi um dos primeiros baixistas a utilizar pedais de efeitos no baixo. Ele chegou a tocar com um baixo de três braços – e não era “frescura”, cada braço tinha sua sonoridade e afinação próprias… Virtuosismo puro.

Infelizmente perdemos sua presença física neste mundo. Restou o seu enorme e importantíssimo legado musical, que devemos apreciar sem moderação.

15
maio
15

B. B. King

O blues está mais triste. Morreu o Rei.

bbking

Existem pessoas que passam pela vida. E existem pessoas que mudam a vida das pessoas. Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, mudou a música, e influenciou praticamente todos os guitarristas de blues e rock que vieram depois.

Mas  o que ele tinha para que tivesse tamanha importância para a música?

Basicamente, o que é mais importante em um guitarrista de blues: o sentimento. Cantando ou – principalmente – tocando, B. B. King tinha uma maneira única de colocar sentimento em cada nota. Sua música tinha aquele “algo a mais” que diferencia os gênios dos músicos comuns. Ah, e tinha aquele carisma inigualável, que o fez transitar por diversos gêneros além do blues, como o rock ou o pop.

Mas, além de tudo isso, ele tinha aquele jeito humilde de “operário do blues”, que encantava a todos. Durante os anos, o guru de caras como Eric Clapton, Jeff Beck e Joe Bonamassa tornou-se – nas palavras de Clapton – “um farol para todos nós que amamos o blues“.

Ao invés de tentar transmitir em palavras o que foi esse ser iluminado, o melhor mesmo é ouví-lo tocar.

Muito obrigado, B. B. King. Você sempre será o Rei!

14
maio
15

A Galinhada Ficou Gostosa…

…Porque o galo foi cozido na panela de pressão! Internacional 3 x 1 Atlético-MG: sempre atendendo bem a nossos fregueses.

Lisandro López observa o goleiro Victor partir para buscar a bola no fundo da rede.

Lisandro López observa o goleiro Victor partir para buscar a bola no fundo da rede.

Eu diria que foi uma final antecipada da Libertadores. Ainda mais sabendo que o “poderoso” Corinthians (de Tite!) e o “surpreendente” São Paulo (dos veadinhos…) foram eliminados sem dó nem piedade. O fato é que a vitória colorada aconteceu contra um time muito bom, e mesmo assim, ganhamos com propriedade.

Depois de um início de trabalho claudicante, que deixou boa parte da torcida com cabelos em pé, Diego Aguirre convenceu todos – inclusive este que vos escreve – que tem “bala na agulha”. E o time colorado, saudável mescla de talentosos garotos e consagrados “cascudos”, mostra que tem o “espírito da Libertadores”.

Antecedentes

Na semana passada em Minas Gerais, o Inter saiu ganhando, mas acabou sofrendo o gol de empate aos 49 minutos da etapa final, efeito do cansaço extremo advindo da final do “ruralito”. Foi exatamente assim, o time perdeu por exaustão. Lisandro López já tinha se destacado, principalmente pelo primeiro gol, que mostrou toda a sua habilidade e oportunismo.

O time mineiro mostrou-se fraco na defesa, especialmente frente aos velocíssimos contra-ataques de Valdívia – o melhor em campo, sem dúvidas – e Sacha. Porém, mostrou-se muito forte no ataque, e contou com falhas na defesa colorada – e uma falha de Alisson – para empatar a partida.

Porém, o “galo” estava no seu território, onde dizia que ganhava de todo mundo, e mesmo assim não conseguiu vencer o Inter. No Beira-Rio, minha aposta é que os colorados venceriam com propriedade. E adivinha…

Primeiro Tempo – Pressão e Golaços

O Altlético começou pressionando o time colorado. Como era necessário vencer para avançar para as quartas de final, os mineiros vieram para o “tudo ou nada”. E o jogo se desenrolava no campo dos vermelhos na maior parte do tempo, deixando a torcida local angustiada.

Porém, os contra-ataques colorados são muito perigosos. Sempre. Em um desses ccontra-ataques, Rodrigo Dourado roubou a bola no meio campo, passou para Lisandro López, que lançou Valdívia. O “cabeludo” fez um golaço de cobertura, deixando o nosso tradicional freguês Victor “a ver navios”. Começava alí a vitória colorada.

D'Alessandro mostrou quem manda por aqui.

D’Alessandro mostrou quem manda por aqui.

Mas não parou por aí. D’Alessandro matou as saudades dos tempos em que Victor jogava em times menos gabaritados… Driblou a zaga atleticana e marcou um golaço digno de placa em copa do mundo. Bola em curva, por cobertura, no ângulo… Desmoralizante, acachapante, decisiva. Victor fez uma cara impagável…

O Atlético teve mais posse de bola, um gol anulado – com justiça – e pressionou mais. Mas o Internacional jogou melhor, marcou dois gols e mereceu o resultado positivo. Isso, para quem se classificava com empates de 0 x 0 ou 1 x 1, era quase a garantia da classificação.

Porém, tinha mais uma etapa a ser jogada…

Segundo Tempo: Apreensão e Glória

A  etapa final parecia apenas um tranquilo intervalo de tempo que nos separava da classificação. Para aumentar essa tranquilidade, e porque Sacha havia machucado o joelho, Aguirre colocou Jorge Henrique no time.

Eu não gosto do Jorge Henrique. Muitos torcedores do Inter não gostam. Mas, nas condições da partida, tendo perdido um de seus principais atacantes, até se justificava. Eu, por mim, colocaria Alex, muito mais efetivo. A entrada de Taiberson poderia implicar em perdas defensivas, apesar de eu sempre achar que a melhor defesa é o ataque. Mas foi a escolha do treinador…

Jorge Henrique entrou muito mal, perdendo bolas no ataque, falhando na parte ofensiva e saindo após alguns minutos, sentindo uma lesão na panturrilha. Tudo o que confirmava a minha preferência por Alex

A essas alturas, Levir Culpi tinha tirado Leandro Donizete e Thiago Ribeiro para colocar Giovanni Augusto e Maicosuel, com ganhos evidentes de velocidade e efetividade. Lucas Pratto marcou logo aos 13 minutos, dando um ar de drmaticidade à partida.

Sem Sacha e com um substituto em péssima atuação, e que logo sentiu uma lesão, o treinador colorado obrigou-se a tirar Jorge Henrique para a entrada de… Nico Freitas. E Alex no banco…

O que eu pensei? “Agora mesmo é que o Atlético vem para cima”. Aliás, garanto que não fui só eu a pensar isso.

Porém, a entrada de Nico Freitas, surpreendentemente, equilibrou a situação do meio campo. Pelas laterais, entretanto, a coisa estava bem complicada. Ernando era quem passava mais trabalho. Deve ter pesadelos com Luan por um bom tempo. William “apanhava” menos, mas mesmo assim tinha algumas dificuldades. E dá-lhe “galo mineiro” atacando, e o Inter se defendendo como podia.

Porém, os contra-ataques colorados são muito perigosos. Sempre…

O festejado Valdívia foi o melhor em campo - de novo.

O festejadoValdívia foi o melhor em campo – de novo.

Valdívia foi o responsável por esse. Cruzou mas errou o chute. Dátolo – o “amarelão” que esteve por aqui fazendo figuração – cometeu um erro incrível, dando uma assistência para Lisandro López. E não se erra na frente de Lisandro López. O ótimo atacante argentino colocou o último prego no caixão dos mineiros.

D’Alessandro, sentindo cãimbras, foi substituído por Réver, que entrou para garantir o resultado positivo.

O placar final de 3 x 1 foi a prova definitiva que o Internacional é melhor – e está preparado para ganhar a Libertadores da América.

Mas também… Jogou com um time que apostava em Dátolo e Jô…

Avaliações

Se Alisson falhou no primeiro gol da partida anterior, hoje ele se consagrou. Fez defesas épicas, com os pés e com as mãos. Salvou o time em várias ocasiões, calando a boca de seus críticos.

William é a revelação colorada de 2015. Hoje, apesar dos velocíssimos e perigosos laterais atleticanos, foi firme e competente.

Alan Costa vem sendo já há algum tempo o melhor zagueiro colorado. Hoje não foi diferente. Compenetrado e efetivo, se utilizou de seu ótimo posicionamento para construir uma atuação de primeira linha.

Juan fez valer sua enorme experiência. Quando ele tem a companhia de outros zagueiros mais velozes, invariavelmente consegue dar boa resposta.

Ernando passou muito trabalho com Luan. Ainda deu condições para o gol dos mineiros. Porém, na ausência de um lateral esquerdo “de verdade”, ainda é uma opção razoável.

Rodrigo Dourado teve outra atuação excelente.

Rodrigo Dourado teve outra atuação excelente.

Rodrigo Dourado é outra revelação. Um tremendo volante, com muita qualidade, tanto na marcação quanto na saída de bola.

Aránguiz confirmou sua excelente fase com uma exibição superior.

D’Alessandro jogou como há tempos não jogava. Nem vou falar do golaço impressionante, mas de sua importância na organização das jogadas, na parte criativa e na liderança efetiva. E tratou de lembrar Victor quem é que manda por aqui…

Réver entrou no lugar de um exausto D’Alessandro, e acabou com as jogadas de ataque de seus ex-companheiros.

Se eu disser que Valdívia foi o melhor em campo, vou repetir as minhas avaliações do “cabeludo”. Porém, ele também se repete… Que continue assim. E tomara que a diretoria consiga segurá-lo no final do ano.

Sacha fazia uma partida excelente até que um dos marginais abrisse uma “valeta” em seu joelho. Após o segundo golpe no mesmo joelho, foi obrigado a sair de campo.

Jorge Henrique entrou mal e saiu lesionado…

Nico Freitas entrou para equilibrar o jogo no meio campo – e conseguiu. Dentro de suas limitações, foi bem.

Lisandro López foi o outro destaque colorado. Com uma movimentação frenética, fez exibições explícitas de qualidade e efetividade. E marcou um gol de centroavante. Na ausência de Nilmar, não consigo pensar em ninguém melhor para ocupar a posição mais avançada.

Diego Aguirre conseguiu novamente. Escalou o time certo ao colocar Valdívia em campo desde o início. Colocar Jorge Henrique no lugar de Sacha até pode se discutível, mas faz sentido. A entrada de Nico Freitas se mostrou um grande acerto, e Réver entrou bem. Sendo assim, palmas para ele. Seu trabalho mostra progressos evidentes e dá frutos saborosos a essas alturas. Tem o vestiário na mão e sabe motivar seus jogadores.

Fernando “Deus” Carvalho estava certo. Victor tem mais é que tremer quando joga com o Inter de D’Alessandro.

Conclusão

Se levarmos em conta a qualidade do Atlético-MG, dá para chamar esses dois jogos de final antecipada. Não sei se veremos mais para a frente jogos tão disputados como foram os dois últimos. Assim, sabemos que temos um time competente, bem treinado e que tem a garra necessária para disputar uma Libertadores. Agora é seguir em frente sem perder o foco. E, nas horas vagas, começar a pensar “naquele” time espanhol. Aquele time que já jogou conosco e perdeu…

03
maio
15

É Penta!!!

Em um jogo que, antes do Internacional “tirar o pé” pensando na Libertadores, foi um verdadeiro massacre, o Penta Gaúcho veio ao natural, após uma vitória de 2 x 1 no Beira-Rio.

penta1Alguém tinha alguma dúvida sobre quem seria  campeão do “ruralito”? Difícil acreditar que um time sem ataque, e que teve um de seus zagueiros titulares expulso na partida anterior, pudesse vencer o “serelepe” time colorado.

Diego Aguirre, certamente muitíssimo bem orientado pela diretoria colorada, colocou seu melhor time em campo contra o greminho (carinhoso apelido que nós, colorados, damos ao nosso co-irmão). E a essas alturas, o time já consegue jogar bem. Hoje, no Gre-Nal decisivo, jogou muito bem.

Imaginem só o Presidente Píffero vendo Felipão comemorando um título em pleno Beira-Rio, com os jogadores dando uma volta olímpica… Algo próximo do inadmissível. Sendo assim, força total para cima deles.

Protagonismo

Nilmar foi protagonista no Gre-Nal.

Nilmar foi protagonista no Gre-Nal.

Mas não teve ninguém nas duas equipes jogando melhor que Nilmar. O atacante colorado “arrebentou” com a defesa tricolor, “tocando o terror” a cada vez que pegava a bola. Para completar a desgraça gremista, Valdívia, em fase esplendorosa, desequilibrou totalmente a partida a favor dos vermelhos. Isso sem falar de Sacha. Ah, e tinha Aránguiz, finalmente com uma boa atuação. E tinha o excelente garoto William. E por aí vai…

O fato é que, ao marcar um gol e dar o passe para outro (duas tabelas com Valdívia), Nilmar mostra a todos que não desaprendeu a jogar aquele futebol espetacular que o consagrou. O que, aliás, nunca me passou pela cabeça. Não tivesse ele sentido um desconforto muscular ao final do primeiro tempo, que forçou sua saída, o segundo tempo colorado teria sido, com certeza, bem mais tranquilo.

O primeiro gol, por exemplo, foi emblemático. Corrida alucinante em direção ao ataque, drible desconcertante e, ao se ver frente a frente com o ótimo Marcelo Grohe, um passe milimetricamene perfeito para Valdívia. Típico de Nilmar.

Massacre

O fato é que a primeira etapa foi um verdadeiro massacre. O time colorado, com velocíssimos ataques, conduzidos por Valdívia, Nilmar e Sacha, aliados à eficiência (quem diria..) do sistema defensivo, não deixou espaço para o greminho. O lamentável ataque azul nem teve muitas chances de tentar alguma coisa, e a expulsão de Pedro Geromel na partida anterior teve um impacto considerável na defesa tricolor.

Valdívia teve outra grande atuação.

Valdívia teve outra grande atuação.

O fato é que, logo aos 7 minutos de jogo o Inter já abria o placar, com Nilmar, e aos 18 ampliava com Valdívia. Na metade do primeiro tempo, a torcida colorada gritava “olé” para as jogadas do time de Diego Aguirre.

O gol do greminho foi uma típica “bobeada” provocada por desconcentração. A “tirada de pé” vermelha aconteceu cedo, já pensando na partida contra o Altético-MG, na próxima quarta-feira.

Segundo Tempo Chato

Com os colorados tendo “tirado o pé”, até pela saída de Nilmar, o jogo ficou bem mais chato. D’Alessandro, que teve uma atuação mediana, permanecia em campo. Alex só substituiu o capitão na metade do segundo tempo. Valdívia, que apanhou durante a maior parte do tempo, também começou a se preservar mais, e assim a bola não chegou muito em Lisandro López. As jogadas se concentraram mais no meio campo e na defesa colorada.

Mais para o final da partida, Valdívia começou a mostrar os efeitos de tantas pancadas, e o garoto Gefferson sentiu o joelho. A coisa começou a ganhar contorno mais complicados, mas ficou nisso. Sem força para superar a qualidade e a raça colorada, restou ao greminho aceitar a derrota e a perda do campeonato.

Poderia ter sido bem pior. Eu apostava em 7 x 1, se Nilmar tivesse permanecido em campo. Teve torcedor levando a bandeira da Alemanha, imaginem só se o placar da copa se repete… O fato é que, para um jogo-treino, está de bom tamanho. O jogo, de verdade, é na quarta.

Avaliações

Alisson foi ótimo como sempre. O gol não pode ser colocado na sua conta, pois foi um lance episódico de bola parada. No mais, fez grandes defesas.

Alan Costa foi impecável. Sem firulas, objetivo e eiciente. Titular absoluto.

Ernando foi bem, também. Formou uma dupla equilibrada com Alan Costa.

William é uma revelação de 2015. Não lembro a última vez em que tivemos um lateral tão bom, tanto no apoio quanto na defesa. Talvez Luis Carlos Winck, na longínqua década de 1980…

Geferson, um lateral ainda em formação, mostra que a titularidade de Fabricio era algo além do absurdo. Hoje ficou mais na defesa, onde foi eficiente. Não tenho dúvidas de que irá melhorar bastante.

Rodrigo Dourado é um daqueles jogadores que dá prazer ver jogar. As comparações com Falcão acontecem pelo estilo elegante, de quem dribla olhando para a frente, de conclusões perigosas e saída de bola de qualidade. Colocou uma bola na trave da goleira de Grohe

Aránguiz jogou muito bem.

Aránguiz jogou muito bem.

Aránguiz fez uma ótima partida – finalmente. Veloz, participativo e com ótima movimentação, jogou como em seus melhores dias pré-copa do mundo.

Sasha apareceu um pouco menos hoje, por se concentrar bastante na marcação. O que não quer dizer que tenha jogado mal, muito antes pelo contrário.

Valdívia foi um monstro – no melhor sentido. Já vinha “dando sinal de luz” fazia tempo, agora não tenho dúvidas de que é titularíssimo. Velocidade e qualidade acima da média. Inteligência, eficiência e alto nível. De quebra, marcou um gol e deu passe para o outro…

D’Alessandro, para seu padrão, fez uma partida mediana. Em meio a tantos jogadores velozes, parecia que ele estava em rotação mais baixa. Porém, sua presença foi importante, e deu alguns daqueles passes impressionantes.

Alex entrou no lugar de D’Alessandro, mas teve algumas dificuldades, tanto pelo desgaste geral do time quanto pela “tirada de pé” geral de seus companheiros. Porém, fez seu trabalho com competência, especialmente na parte defensiva.

Nilmar-Show foi o ponto alto do dia. Todo mundo sabe que ele é um jogador fora da curva, mas o que tem jogado nas últimas partidas, é algo épico. Confirmou sua estrela em Gre-Nais com uma atuação luxuosíssima. Jogou um tempo apenas e liquidou a partida. Impressionante…

Lisandro López entrou no lugar de Nilmar, mas naquele momento o time, em geral, começava a se preservar. D’Alessandro, Valdívia e Sacha já estavam “descontados”, o que dificultou a vida do atacante.

Alan Ruschel jogou pouco – felizmente. Não teve tempo de comprometer…

Diego Aguirre, finalmente, escalou “o time”. Sem aquela atitude covarde de 3 volantes, ou jogadores duvidosos. Escalando o time correto, se consagrou. Botou uma faixa no peito e afastou de vez as desconfianças em cima de seu trabalho. As substituições foram OK, mas eu teria substituído D’Alessandro no intervalo.

Conclusão

 Não é isso o que o bem montado plantel colorado almeja para o ano. Mas o gauchão era obrigação – a primeira delas. O melhor da final do gauchão foi a atuação consistente do time de Aguirre, que dá uma esperança para o resto da Libertadores – e, porque não, para o campeonato brasileiro.

Foi uma atuação impressionante de Nilmar.

Foi uma atuação impressionante de Nilmar.

Mais do que o time, o próprio técnico Diego Aguirre melhorou. Estudou, repensou algumas convicções, fez algumas escolhas. Evoluiu visivelmente. É o suficiente para ganhar a Libertadores? Não dá para saber, mas se juntarmos isso tudo à garra que os jogadores têm demonstrado, as perspectivas melhoram bastante.

01
abr
15

Fabricio, Você Pediu! Pega as tuas coisas e vai prá…

Chamar de débil mental uma criatura que fez o que Fabricio fez nesta quarta-feira é ofender mortalmente as pessoas com debilidade mental…

Fabricio não tem juízo, nem vergonha na cara.

Fabricio não tem juízo, nem vergonha na cara.

A atitude do medonho Fabricio só confirmou o que eu já digo há muito tempo: esse ser desprovido de inteligência nunca mereceu vestir o manto sagrado!

Foi uma coisa nunca antes vista no futebol profissional. O pulha que assombra a lateral esquerda do Internacional desde a saída do glorioso – e saudoso – Kleber, também conhecido pelo codinome Fabricio, fazia o que sempre faz (ou seja, nada que preste), girando com a bola no lado esquerdo do ataque sem saber o que fazer com ela. Com os adversários a lhe marcar, ao invés de tentar alguma jogada efetiva (como tabelar com D’Alessandro, que se aproximava dele), começou a girar tresloucadamente. Nada que já não tenha feito milhares de vezes, para o desespero da torcida.

Acontece que o jogo foi no Beira-Rio. Acontece que a torcida colorada já perdeu a paciência com as bizarrices destemperadas de Fabricio há muito tempo. Ao ver mais uma demonstração explícita de “peladice”, uma parte da torcida começou a vaiar o biltre.

Eu estive na partida contra o Emelec, e o único jogador que foi vaiado foi Fabricio, após uma jogada pavorosa até parecida com aquela, com a diferença fundamental que ele não tinha marcação nenhuma (!!!) e jogou, sozinho, a bola pela lateral.

Ao perceber que era vaiado, o medonho simplesmente abandonou a partida, largou a bola onde estava (D’Alessandro se esforçou para dominá-la), se virou para as arquibancadas e começou a fazer gestos obscenos, mostrando os dedos médios para os torcedores que pagam o seu salário – que diga-se de passagem, independentemente de quanto o “boneco” recebe, é muito mais do que merece.

Mostrar os dedos médios para a torcida de seu time, em seu estádio sagrado… E não é qualquer time, é o Sport Clube Internacional, tri-campeão brasileiro, bi-campeão da Libertadores da América, Campeão Mundial FIFA, primeiro campeão brasileiro da Copa Sul Americana, entre muitos outros títulos. Um dos clubes com a maior torcida do mundo, a maior torcida do Brasil!

O árbitro, lógico, expulsou o meliante. Vermelho direto, na hora.

D’Alessandro, um dos símbolos máximos da alma colorada, tentava contemporizar. Fabricio “vomitava” impropérios à torcida.

Após a expulsão, a própria torcida colorada comemorou. Aí o bandido perdeu de vez a noção…

Tirou a camisa colorada, o manto sagrado de tantas glórias, a a atirou no chão, chamando de “essa p…”!!! Inadmissível é pouco!

Atravessou o campo negando o apoio de seus próprios companheiros. Nenhuma m&rd@ é suficiente para Fabricio. Muriel saiu do banco para tentar abraçar seu colega (colega?), e foi empurrado pelo retardado.

Aí começou a gritar e gesticular para a torcida colorada. “Vou embora. Vão tomar no c…”

Isso tudo transmitido via satélite para milhões de pessoas. O mundo inteiro podia ver essa cena degradante, desrespeitosa e estúpida até os ossos.

 A essas alturas, Fabricio estava resolvendo um problema antigo do Inter. Porque, com uma atitude dessas, certamente ele nunca mais jogará no Internacional – para a nossa mais extrema felicidade!

Eu imagino o presidente Píffero… Ele, que tem uma postura rígida no melhor sentido, devia estar “cuspindo marimbondos”. Deve mandar o seu pessoal preparar a demissão por justa causa ainda hoje. Eu orientava os seguranças para nunca mais deixar o marginal entrar no Beira-Rio. Demissão por SMS é pouco…

Nunca entendi como um medonho destemperado parecia ser “colado com super bonder” no time titular. Todo mundo era substituído, menos Fabricio. Para completar, além de não buscar uma alternativa decente para a lateral esquerda, ainda renovaram o contrato do péssimo Alan Ruschel por 3 anos… Certamente, para preservar a titularidade do bisonho… E entrava treinador, saía treinador, e sempre aquele “feto abortado” na posição que já pertenceu ao lateral da seleção brasileira. Agora acabou.

E mais uma coisa: Fabricio, vai você tomar lá. E aproveia e enfia aqueles dois dedões junto. Você acabou de jogar sua carreira no lixo. Merecidamente.

22
fev
15

Onde Está Nilmar?

A vitória de 2 x 1 sobre o São Paulo-RS não serviu para muita coisa. Entretanto, o péssimo desempenho de Nilmar saltou aos olhos da torcida.

Nilmar chegou em setembro e ainda está "devendo".

Nilmar chegou em setembro e ainda está “devendo”.

O “charmoooooso gauchão” proporciona poucos momentos agradáveis. Talvez o momento mais agradável seja quando o jogo termina…

Maldade minha, mas o fato é que, tanto pela pouca importância que o “ruralito” tem para a dupla Gre-Nal, quanto pela diferença abismal entre os times da capital e do interior, acaba sendo um espetáculo menor, ao menos para aqueles que gostam realmente de futebol.

Neste ano, o “ruralito” é a única chance do “greminho” (apelido carinhoso que dei para nosso co-irmão) ganhar alguma coisa, então é muito importante para eles. Mas isso é excessão, não a regra.

Então, a partida contra o São Paulo (o RS, não nosso “freguês” de SP) não tinha lá muito interesse para a torcida, levando-se em conta que o time colorado seria composto, em sua grande maioria, pelos reservas.

Atrações Vermelhas

As maiores atrações para os colorados eram as participações de três jogadores que, a princípio, serão titulares em algum momento: Réver, Anderson e o estreante Nicolás Freitas. Os dois primeiros necessitam desesperadamente de ritmo de jogo, para terem condições de assumir a titularidade. O terceiro, precisa mostrar o que tem para oferecer.

Além deles, o jogador que reunia mais expectativas, e que precisa adquirir mais ritmo de jogo, é o atacante Nilmar. Em uma fase ruim, em que pese a total ausência de esquema tático ou resquício de organização que se tornou o Inter de Diego “El Perdidón” Aguirre, Nilmar precisa readquirir sua “velha” forma. Aquela forma que lhe deu fama e dinheiro.

Primeira Observação: Defesa

Não que o pobre São Paulo de Rio Grande seja um grande teste, mas me dediquei a observar o desempenho da defesa antes de qualquer outra coisa.

Ao visualizar a escalação do setor defensivo, pensei com meus botões: “‘vovô’ Juan e Alan Ruschel na esquerda abrirão uma ‘avenida’ que certamente será explorada pelo adversário”.

Meia verdade. Alan Ruschel até não estava tããããããão ruim hoje, e Juan, mesmo voltando de uma longa recuperação (e com a lentidão advinda dos anos de carreira), até foi relativamente bem. O lateral foi até melhor na defesa que no ataque (o que não é vantagem alguma, dentro do que conhecemos dele), o que significa que ele foi péssimo nos apoios.

O problema defensivo estava do outro lado.

Claudio Winck até começou bem, mas sucumbiu aos ataques do adversário ao longo da partida. No final, nem no apoio tinha bom desempenho. Foi uma da piores atuações do talentoso lateral colorado.

Réver melhora a cada partida. Acho até que não está tão longe o dia em que assumirá seu lugar no time titular – de preferência no lugar de Ernando. Porém, ainda cometeu alguns erros meio “grotescos”, e faltou entrosamento com Winck e, principamente, Nilton.

Aliás, Nilton tem um longo caminho para ser titular “por méritos”… Abusou dos erros e, mais “solto” (jogou como segundo volante, hoje) não guardou posição. Foi pelo lado de Nilton, Claudio Winck e Réver que aconteceram os principais ataques do São Paulo. No segundo tempo, após a saída de Nico Freitas e a entrada de Rodrigo Dourado, virou primeiro volante. Aí “a coisa ficou preta”… Com a saída de Juan e a entrada de Paulão, o São Paulo foi para cima do Inter e quase empatou a partida.

Nico Freitas: estreia com bom desempenho.

Nico Freitas: estreia com bom desempenho.

Por outro lado, o estreante Nicolás Freitas fez uma partida sólida, com desempenho consistente. Se uma participação razoável já lhe credenciaria para resolver o problema do primeiro volante do Inter, sua boa atuação decide a questão. Sério, compenetrado e eficiente, deu uma consistência defensiva até então desconhecida na equipe de Aguirre. Na minha opinião, não tem muito o que pensar: é urgente colocar Nico Freitas como primeiro volante do time principal. Sei que a amostragem é pequena, mas Nilton, em várias partidas disputadas, nunca chegou nem perto do desempenho de Nico.

Segunda Observação: Meio Campo

Após observar a defesa, que ainda é o setor mais crítico da equipe colorada, volto meus olhos para o meio campo – especialmente Anderson.

Anderson alternou bons e maus momentos, mas melhorou.

Anderson alternou bons e maus momentos, mas melhorou.

Após uma participação inqualificável em La Paz, Anderson precisava mostrar por que foi contratado. Foi outro que praticamente não jogou em 2014, então tem que disputar o máximo de partidas para adquirir ritmo de jogo e preparo físico. Como seus colegas Nilton e Réver, a dificuldade de movimentação, a falta de velocidade e os reflexos prejudicados são notáveis. Como notável é que ele ainda tem muita qualidade. A alternância de boas jogadas e lances quase vergonhosos evidencia que ainda vai demorar para que tenhamos o Andershow de volta. Mas o jogo de hoje faz parte do processo.

De positivo, a observação de que acontecem cada vez mais boas jogadas e menos erros. Em alguns lances, chega-se a ver alguns lampejos da qualidade do jogador.

Porém, hoje o meio campo colorado contou com Alex. Claramente superior a seus colegas, e inexplicavelmente fora o time titular principal, foi o cara que definiu a partida – literalmente. Marcou dois gols, e só não marcou o terceiro porque deixou Nilmar cobrar o segundo pênalti – que Nilmar perdeu. Não adianta, Alex é um jogador de grande qualidade, “raçudo”, que faz gols e tem muita experiência. Aquela substituição que Diego Aguirre não fez em La Paz foi exatamente a entrada de Alex. Isso levando-se em conta a c@g@da que Dieguito fez, com aquela escalação mais torta que a torre de Pisa. Pelo certo, se o Internacional tivesse um treinador de verdade, Alex sairia jogando no lugar de Anderson e pronto…

Terceira Observação: Ataque

Aí chegamos no ataque. Dá para considerar Jorge Henrique como atacante? Não, pera aí. Depois de assistir à partida de hoje, dá para considerar Jorge Henrique um atacante para jogar ao lado de Nilmar? Além do pênalti que ele sofreu, teve mais alguma jogada do “party man” digna de registro?

Eu – e a torcida colorada toda, com certeza – fui enganado. Tenho vontade de ir ao PROCON, reclamar. Me fizeram acreditar que Jorge Henrique não jogaria mais no Inter. Abri uma Coca-Cola bem gelada para comemorar. Me enchi de esperanças…

Eis que Diego “El Perdidón” Aguirre pede para a diretoria manter JH… Mais uma coisa para colocar na minha “lista negra”… Pelas escolhas que ele faz, a gente percebe suas qualidades como treinador…

Jorge Henrique é melhor que Sacha, Vitinho, Valdívia, Luque ou, até mesmo, Taberson? Precisa pensar para responder?

Eu fico amargo quando falo sobre esse jogador (e sobre Rafael Moura), então é melhor avançar na escalação.

Aí chegamos em Nilmar, um de meus ídolos colorados de todos os tempos, ao lado de Falcão, Figueroa, Valdomiro, Jair, Manga, Fernandão, Tinga, Rafael Sóbis e alguns outros. Um dos melhores jogadores que eu tive oportunidade de ver jogar. Um verdadeiro fora-de-série.

Onde Está?

Porém, Nilmar atravessa uma fase ruim.

No momento em que escolheu jogar no mundo árabe, ao invés de vir para o Inter (foi na ocasião nefasta em que Rafael Moura foi trazido…), ele fez a opção financeira, em detrimento da esportiva. Ganhou muito dinheiro por lá, mas jogou pouco em um futebol de escassa competitividade, em que se treinava quase nada e se jogava menos ainda. O resultado foi o que vemos atualmente. Ou o que não vemos, que chama mais a atenção.

Onde está Nilmar, o jogador veloz e habilidoso, que “entortou” meio time do Corinthians e marcou um golaço? Que deu o título da Sul Americana para os colorados? Onde está aquele Nilmar?

Hoje, Nilmar jogou o que provavelmente foi sua pior partida no Internacional em todos os tempos. Ele jogou pior até que contra The Strongest, quando “passou em branco” e ainda foi expulso.

Nem parece um jogador veloz. Perdeu sua “explosão”. Nem parece habilidoso. Às vezes protagoniza lances bizarros. Nem parece “matador”. Hoje até um pênalti ele perdeu.

O problema é que, em relação a ele mesmo, Nilmar tem piorado, ao invés de melhorar. E isso preocupa.

Ele chegou ao Inter em setembro. Com a pré-temporada completa, já era hora de melhorar. Segundo os preparadores físicos colorados, ele está em forma. Porém, em campo não é o que se vê.

Eu apostaria em duas coisas: falta de ritmo e falta de confiança.

A falta de ritmo acontece pelo que eu falei, do futebol árabe. Isso só se recupera… jogando. Não tem jeito. Tem que jogar.

A falta de confiança é bem mais complicado. Foi o mesmo problema que acometeu Leandro Damião. No final de sua participação no Inter, e em seu período no Santos. Agora, no Cruzeiro, ele está fazendo gols novamente, mas demorou um tempo – e exigiu condições especiais.

As “condições especiais” consistem, basicamente, em um time acertado e organizado. Coisa que existe no Cruzeiro, e de jeito nenhum existe no Internacional de Dieguito Aguirre

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Dieguito Aguirre segue perdido…

O aspecto psicológico prejudica visivelmente Nilmar, que teve em La Paz a segunda expulsão de sua carreira, e perdeu um pênalti hoje que não perderia em condições normais.

O problema é que, em um time bagunçado, sem esquema de jogo definido, com – vários – jogadores sem ritmo e sem laterais, fica muito difícil ajudar o centroavante do time. Se ano passado, faltava a bola chegar em Nilmar, neste ano o estado caótico do time atrapalha mais ainda – daí a piora.

A solução para isso é apostar em Vitinho e Sacha no ataque, deixando Nilmar se recuperar jogando o “ruralito”. Como estamos falando de um jogador inteligente e de nível cultural alto, não tenho dúvidas de que ele voltará a ser “aquele” Nilmar que todos nós conhecemos e admiramos.

Mesmo Assim, Deu Saudade…

Se eu considero a performance de Nilmar hoje a pior de todas as suas no Inter, tive saudades dele quando Rafael Moura entrou. É interessante como basta alterar a referência para que mudemos nossa opinião…

Eu realmente não entendo a escalação de Rafael Moura. Aliás, nunca entendi a contratação dele… Hoje, para piorar, ele ainda entrou a fim de arranjar confusão. Por uma imensa genileza do árbitro da partida, Sr. Francisco da Silva Neto, não foi expulso. Foi tudo o que ele fez na partida. Desesperador…

Avaliações

Alisson: em grande fase, mais uma vez foi decisivo.

Alisson: em grande fase, mais uma vez foi decisivo.

Alisson, tanto quanto Alex, foi o responsável pelo resultado da partida. O goleiro colorado atravessa uma fase esplendorosa, “segurando as pontas” da equipe mesmo no meio da bagunça tática de Dieguito.

Claudio Winck fez uma de suas piores partidas. Até começou mais ou menos, mas sucumbiu ao ataque adversário, e não conseguiu apoiar a contento.

Réver melhora a cada partida. Ainda sente um pouco a falta de ritmo, mas vem errando progressivamente menos. Se Deus permitir, em breve será o “xerife” da zaga colorada.

Foi a primeira partida de Juan após um longo afastamento de 5 meses, mas quer saber? Ele até que se saiu bem. Com a excessão de algumas jogadas “mano-a-mano”, quando lhe faltou a velocidade necessária, dá para dizer que foi melhor que Ernando. Talvez com mais algumas partidas ele se torne uma boa opção – porque Paulão não dá!

Já que citei o nome dele… Foi após a saída de Nico Freitas e Juan, e a entrada de Rodrigo Dourado e Paulão, que a coisa “desandou”. Muito mais por causa do lamentável Paulão, mas também…

…porque Nilton passou a primeiro volante. Nilton ainda está visivelmente “descontado”, fora de ritmo e de forma. Se como segundo volante ele já comprometeu, como primeiro a coisa ficou realmente feia. Não se trata de “queimar” o jogador, ainda acho que ele se sairá muito bem – assim que estiver em forma e com ritmo de jogo.

Nicolás Freitas mostrou ótimas qualidades. Jogou muito bem para um estreante que ainda não tem entrosamento com o time, sempre sério e compenetrado. Não é violento, e tem boa saída de bola. Passa, imediatamente, a ser minha opção primária para volante principal.

Rodrigo Dourado entrou no lugar de Nico Freitas e sentiu. Sem um volante de referência, esforçou-se muito para tentar segurar os ataques do adversário.

Alan Ruschel é muito, mas muito fraquinho… Não entendi a renovação de seu contrato por três longos e intermináveis anos, como não entendo por que o bom Geferson tem que ser seu reserva. Hoje até foi um pouco melhor na defesa, mas no apoio protagonizou cenas grotescas…

Anderson, ainda visivelmente sem ritmo e fora de forma, fez algumas jogadas muito boas, e errou outras tantas. Não tem muito o que fazer além de colocá-lo para jogar, mas ajudaria se existisse um esquema tático a ser seguido…

Alex está pedindo passagem para o time principal, ainda mais após uma atuação "de luxo", onde foi decisivo.

Alex está pedindo passagem para o time principal, ainda mais após uma atuação “de luxo”, onde foi decisivo.

Alex foi o melhor em campo hoje – junto com Alisson. Não tem explicação deixar de colocá-lo em campo no time principal, senão como titular, como primeira opção. Ele marcou dois gols, com autoridade, movimentou-se muito, participou da criação, junto de Anderson, e em nenhum momento esmoreceu. Tentou dar um “presente” para Nilmar, deixando-o cobrar um pênalti, mas o atacante errou. Desta vez, porém, isso não teve consequências no resultado da partida…

Jorge Henrique é o jogador que tem “importância tática”, ou seja, ajuda mais sem a bola que com ela. Eu ainda acho que ajudaria mais se ficasse fora do campo…

Como eu já citei anteriormente, foi a pior partida de Nilmar no Inter. Ever

Mas ainda assim, ninguém supera Rafael Moura em ruindade. Ninguém… Acho que nem mesmo Fabricio

Se com a equipe principal Diego “El Perdidón” Aguirre “patina”, não seria com a equipe reserva que os resultados seriam melhores. O pior é que são melhores!!! Só quem ganhou partidas foi a equipe reserva, e isso diz muito sobre o trabalho do treinador (?) colorado.

Conclusão

A conclusão aqui não vale para o “ruralito”; vale para o ano colorado. O critério de contratações foi quase certo. Trouxeram ótimos jogadores, porém tardiamente e acabaram escolhendo atletas que jogaram pouco em 2014. Isso tem consequências, claro. Como o tempo que vai levar para esses jogadores “deslancharem”.

O outro erro foi o treinador. Conseguiram errar feio em um ano em que o Inter tem plantel e time, o que não ocorria há anos. Só faltou arranjar dois laterais decentes para o time ficar excelente. Mas o treinador foi um erro fundamental.

Ou alguém que entende de futebol encosta em Aguirre e começa a orientá-lo, ou será mais um ano “em branco”. Porque se deixar só por conta do uruguaio, a coisa vai “feder”… Alguém consegue enxergar algum resquício de organização ou esquema tático no time colorado a essas alturas?

18
fev
15

Besteirol Sul-Americano

A derrota desmoralizante por 3 x 1 para The Strongest, na altitude de La Paz, marcou a péssima estreia do Internacional na Libertadores.

Vou resumir a partida em uma frase.

O Inter não jogou, perdeu por 3 x 1 e o goleiro Alisson foi o melhor jogador em campo.

Perdeu por 3 x 1 e o goleiro foi o melhor? Tem chance de ser mais desesperador?

Sempre tem. Poderia ser um goleiro inferior…

Mas o maior adversário do Internacional não foi nem a altitude de La Paz, nem o apenas razoável The Strongest. O maior adversário colorado foi Diego Aguirre, aquele que, teimosamente, ainda tem gente que insiste de chamar de treinador.

Quem Inventa é Inventor…

Diego “El Perdidón” Aguirre começou inventando. O homem que não define esquema de jogo, talvez até por não ter acertado nenhum dos que tentou, tirou o ídolo Vitinho para colocar o claudicante e fora de forma Anderson. Veja bem: Anderson está fora de forma e sem ritmo de jogo, não tem duas partidas completas pelo Inter, e foi colocado no lugar do energético e eficiente Vitinho. O segundo, marcou dois gols em sua estreia. O primeiro, perdeu um pênalti…

Diego Aguirre: totalmente perdido, sem condições de treinar o Internacional.

Diego Aguirre: totalmente perdido, sem condições de treinar o Internacional.

Ah, mas “Andershow” é um tremendo jogador, tem muita qualidade, coisa e tal. Essa também é a minha opinião. Mas somente quando ele estiver melhor fisicamente, com mais ritmo de jogo e entrosado com seus companheiros.

Mas seria apenas um erro, se Aguirre não tivesse mudado totalmente o posicionamento do meio campo colorado.

O surpreendente time colorado iniciou a partida com D’Alessandro e Sacha jogando quase como laterais (!!!!!!!!), Anderson no meio como um terceiro volante e Nilton (pesado, lento e tão sem ritmo de jogo quanto Anderson) encarando quase sozinho o ataque dos bolivianos. Claro, isso levando em conta que não temos um lateral que preste…

Pior que até temos, mas Claudio Winck ficou em Porto Alegre! Mais uma para a conta de “Dieguito“… Assim como Valdívia e Luque. Mas Rafael Moura, ele levou. Santa Ignorância, Batman!

Início Desesperador

Com a grande quantidade de besteiras que o “comandante” fez, antes dos 15 minutos de partida o Inter já perdia por 2 x 0. Isso com Alisson fazendo “milagres”. O goleiro não só foi inocente nos gols do Strongest, como ainda foi indiscutivelmente o melhor em campo.

Os laterais, os péssimos Fabricio (como esse cara ainda está no Inter?) e Léo (o “ruim em tudo”), não existiam na partida. Nilton chegava atrasado em todos os lances, e Aránguiz provou mais uma vez que não é volante coisa nenhuma.

Sobrecarregada, a zaga “batia cabeças”, a despeito de uma boa atuação de Alan Costa. Ernando, mais uma vez, mostra que não precisa muita melhora de Réver para que volte merecidamente para o banco.

D'Alessandro, mesmo mal posicionado, mostrou por quê é o capitão.

D’Alessandro, mesmo mal posicionado, mostrou por quê é o capitão.

O meio campo, então, era a imagem do desespero. Afora o indignado D’Alessandro (que “começou o ano” hoje), o resto não existia. Aránguiz, ausente. Anderson, pouco tocou na bola. Ainda bem, porque quando tocou foi o caos. Aliás, deixar os melhores e mais criativos jogadores do meio campo como laterais (D’Alessandro e Sacha tinham mais função de marcação que de criação, o que é um absurdo total), deveria render a qualquer um alguns anos de cadeia…

Nilmar, na frente, perdeu o gol mais feito da partida, e depois apenas apanhou…

Eu já vislumbrava algo do tipo Brasil 1 x 7 Alemanha, atônito, nervoso e irritado que estava.

Queimando uma Substituição Para Tentar Corrigir um Erro

Nisso, Dieguito estava sentadinho na casamata, apenas assistindo à partida, como eu e você. Nada de ir para perto do campo, orientar, tentar animar ou mesmo xingar os jogadores.

Ficou assim até os 36 minutos de jogo, quando queimou uma substituição para tentar defazer sua c@gad@ principal, trocando Anderson por Vitinho. Só aí o time começou a reagir.

Vitinho entrou bem como sempre, apesar de estar fora de posição. Pelo menos a bola ficou um pouco mais na frente, ao invés do jogo ser 100% do tempo no campo colorado.

Porém, ainda assim, a torcida suspirou aliviada quando o juiz apitou o final da etapa inicial.

Reação Para Enganar a Torcida

A etapa final começou com o time colorado finalmente com os jogadores em suas posições corretas. D’Alessandro centralizado, Vitinho pela esquerda e Sacha pela direita. Apenas isso proporcionou o lance do pênalti, logo aos 4 minutos.

D’Alessandro, dessa vez, cobrou com perfeição e descontou para o Inter.

Chegou a um ponto em que as coisas começaram a funcionar melhor, com Aránguiz jogando como se esperava, e Sacha e Vitinho “barbarizando” no ataque. Foram alguns minutos em que o Inter dominou a partida, e o empate parecia iminente.

 O problema, meu amigo, é que a essas alturas, o cansaço e o ar rarefeito começavam a cobrar seu preço. Depois de correr muito e de maneira errada na etapa inicial, por causa da bagunça tática, os jogadores começaram a “se entregar”… O primeiro foi Sacha, totalmente exaurido. Agora, adivinha quem Diego “Irritante” Aguirre chamou para substituí-lo? Alex? Luque, Valdívia? Não, até porque eles nem viajaram para a Bolívia. Então, quem? Quem? Quem? Queeeeem?

Rafael “Cocozão” Moura.

Meu amigo, no dia em que Rafael Moura for solução para qualquer coisa, eu vou acompanhar baseball…

Acabou o “Gás”

Perdendo um de seus principais jogadores de movimentação, com D’Alessandro, Nilmar e Vitinho já “descontados” e com um “c@g@lhão” parado em campo, era óbvio que o jogo se voltaria contra o Inter.

A essas alturas era visível a “falta de pernas” de todos os jogadores colorados. Pior que não dava para levar os cilindros de oxigênio para dentro do campo…

Nilton, então, se arrastava no iníco da partida, imagina depois da metade do segundo tempo. Aránguiz não alcançava mais a bola. Os laterais… Que laterais?

O jogo voltava a se concentrar no campo colorado.

O que qualquer treinador de verdade faria em uma hora dessas? Colocaria alguém com mais fôlego, lógico. Talvez um volante, alguém pra ajudar na marcação.

O que Dieguito fez? Nada, claro.

O resultado foi o que tooooooodo mundo já estava “careca” de saber: no final da partida, no corre-corre, o time boliviano fez o terceiro gol e “matou” o jogo.

Avaliações

Alisson foi o melhor em campo. Levou 3 gols que não tinha como evitar, mas não fosse sua brilhante atuação, o placar seria tão ruim ou talvez até pior que Brasil x Alemanha… Atuação que o credencia para a seleção brasileira.

Não tem nada que se possa esperar de Léo. Ruim no apoio, péssimo na marcação.

Ernando teve outra má atuação. Rezemos para que Réver entre logo em forma para acabar com nosso suplício.

Alan Costa foi, de longe, o melhor da defesa. Parecia que ele era o veterano experiente e Ernando era o principiante. Tendo um “cascudo” a seu lado, certamente dará conta do recado.

Eu perdi totalmente a paciência com Fabricio, e faz tempo. É muito tosco, muito ruim, descerebrado e irritante. No final de semana eu pude assistir o garoto Geferson, e garanto que ele é muuuuuuuito melhor que Fabricio. Está na hora da diretoria se conscientizar de que não dá para carregar um “peso morto” desses no time.

Não quero “queimar” Nilton, mas do jeito que está, não tem condições. Quero acreditar que Diego Aguirre percebeu isso, pedindo a contratação de Nico Freitas. Porém, hoje Nilton foi um dos piores em campo, Nico estava no banco, e não entrou. Duvido que ele tivesse jogado pior que o primo do Edinho. Deu saudades de Willians, o que é constrangedor…

Aránguiz foi péssimo na etapa inicial, e melhorou bastante na final. O que me dá a certeza de que seu maior problema é de posicionamento.

Anderson simplesmente não jogou. Ainda bem, pois quando tocou na bola foi um desastre. Saiu de campo aos 36 minutos de jogo e foi direto para o oxigênio. Assim como no episódio do pênalti perdido, a culpa não é dele, mas de quem o escalou. Ele tem qualidade, mas está visivelmente fora de forma e sem ritmo de jogo. Nunca poderia ter sido escalado como “solução mágica e definitiva”.

Vitinho entrou muito bem, como sempre. Aliás, se tem dois jogadores que nunca deveriam sair do time, são exatamente Sacha e Vitinho. Até Nilmar poderia ser tirado, nunca os dois “motores” da equipe. Meteu uma bola na trave, em lance espetacular.

D’Alessandro finalmente começou 2015! Mal escalado fora de posição, indignou-se com a derrota e cobrou seus companheiros. Correu mais que colegas mais jovens, e foi responsável pela reação colorada no segundo tempo, inclusive marcando o gol dos vermelhos.

É lamentável que Eduardo Sacha tenha sido tão mal escalado, em uma posição de lateral, ao invés de fazer o que sabe. Isso acabou drenando sua energia, que faltou após a correção do posicionamento. Porém, teve outra boa atuação, após jogar em seu posicionamento correto.

Nilmar: uma incomum má atuação.

Nilmar: uma incomum má atuação.

Nilmar, hoje, teve uma atuação ruim. Algo incomum para um atleta tão talentoso, mas aconteceu. Perdeu um gol “feito”, errou alguns passes. Apanhou bastante, Fez algumas – poucas – jogadas boas, e acabou expulso por jogada desleal. Tsc tsc… Ainda bem que atuações assim são raridade na vida de Nilmar.

Avaliar o quê em Rafael Moura?

Diego Aguirre se superou. Se alguns, como eu, achavam que ele não tem a mínima condição de treinar o Inter, passaram a ter total certeza. Levou jogadores errados (cadê Luque, Valdívia e Winck?), escalou pessimamente, inentou um esquema maluco, substituiu mal e deixou de colocar “sangue novo” em campo quando seu time “morreu”… Não interage com seu time durante a partida, parece que não tem sangue nas veias. Nada contra ele pessoalmente, até foi um grande jogador… Talvez em outro time possa ter sucesso, mas não serve para o Internacional.

Conclusão

Ou Vitório Píffero arranja um treinador de verdade ou a Libertadores deste ano será uma lembrança muito triste para os colorados. A essa altura, está bem claro que a contratação de Diego Aguirre foi um erro. É necessário corrigí-lo enquanto é tempo. Falavam tanto de Abel Braga, mas ele não tinha elenco, nem time. Com as ótimas contratações feitas neste ano, Abelão já teria um time muito bem formado.

Aliás, Celso Roth já teria um time “voando” a essas alturas…

04
fev
15

O Novo Ídolo Colorado

Em apenas 2 minutos de jogo, Vitinho já marcou seu primeiro gol. Mais alguns minutos, outro gol e dribles desconcertantes, e um ídolo instantâneo surgia no Beira-Rio.

Vitinho: ídolo instantâneo.

Vitinho: ídolo instantâneo.

Internacional 4 x 4 São José teve uma boa e uma má notícia.

A Boa Notícia

Em – mais um – novo esquema de jogo, o treinador Diego “donde voy?” Aguirre tirou Alex, e armou um ataque com Sasha, Vitinho e Nilmar, providos por D’Alessandro e com o luxuoso acompanhamento do ótimo Claudio Winck. Se no papel esse esquema prometia, na prática o que se viu foi muito, muito melhor.

Finalmente o Internacional teve opções velozes de ataque! Finalmente atacantes competentes e chutes de fora da área! Finalmente, alguém para dividir a marcação adversária com Nilmar, e alguém competente para aproveitar as sobras! Para a torcida, parecia um sonho. Logo aos dois minutos de jogo, o espetacular Vitinho chuta de fora da área com a perna esquerda e abre o placar. O que poderia ser considerado “sorte de iniciante”, mostrou-se a confirmação das qualidades de um grande jogador. O estreante colorado “barbarizou” no ataque, mesmo estando visivelmente desentrosado. Ora, ele treinou poucas vezes com seus companheiros de time, e esse esquema nunca tinha sido experimentado em uma partida. Mesmo assim, Vitinho tornou-se rapidamente o protagonista do ataque colorado. Se desentrosado ele joga assim, imagina quando estiver mais integrado ao time…

A velocidade, qualidade pela qual ele foi contratado, se mostrou presente. Mas a habilidade e a inteligência com a bola nos pés sobressaíram-se ainda mais. Conquistou facilmente a torcida, e ao natural.

E ele ainda é espirituoso. Perguntado pelo repórter da SporTV o que seria melhor que fazer dois gols na estreia, tascou: “fazer três”. É um pândego…

Sasha fez dois gols, e teve uma atuação de gala.

Sasha fez dois gols, e teve uma atuação de gala.

Sasha foi outro que jogou impecavelmente. Como Vitinho, marcou dois gols. Porém, integrado ao time, jogou com a desenvoltura de um titular absoluto. Fica difícil imaginar onde o trinador vai colocar Andershow, pois as atuações recentes de Sasha praticamente o obrigam a permanecer no time titular.

E mais: na etapa final, após Vitinho cansar (e levar em suas costelas a marca das travas de um bandido do time adversário), Aguirre o substituiu por Martin Luque. Sim, aquele que veio no ano passado e não jogou por problemas de condicionamento físico e de uma lesão no púbis. Pois olha, ele entrou e logo cabeceou uma bola que o goleiro do Zequinha defendeu milagrosamente. Já era final de partida, mas Luque mostrou um futebol promissor. O quarto gol colorado saiu de um passe seu.

Nilmar esteve um pouco deslocado, no sentido de que a bola não chegou muito nele. Mas o fato de se movimentar muito, ‘puxando” a marcação e facilitando para seus colegas de ataque, foi de suma importância para o time.

Desta vez D’Alessandro jogou. Apesar de ainda parecer meio “descontado”, foi o provedor do ataque, construindo jogadas com seus passes precisos. Até passe para gol ele deu. Muitos “comentaristas” dizem que o argentino é lento, mas o que ele faz a bola correr, é brincadeira…

A Má – Péssima – Notícia

A notícia que deixou a torcida desesperada é aquilo que Diego Aguirre chama de defesa.

Na verdade, do jeito que está, é uma ofensa às defesas de verdade.

O “tosco” Paulão estava em um dia dos mais infelizes. Se quando ele está em um dia muito bom ele é muito ruim, imagina como foi contra o Zequinha… Não ganhou UMA jogada sequer durante a partida toda. Os atacantes adversários fizeram uma verdadeira festa em cima do zagueiro (????) colorado.

Mas não foi somente esse o problema. Aliás, bem longe disso.

Réver ainda não foi liberado para jogar (burocracia…), então a zaga foi Paulão e Ernando. Se Paulão jogou como eu já descrevi, Ernando não foi tão melhor. Alguém vai ter que me explicar por quê Alan Costa não tem chance com uma concorrência tão ruim…

Nilton até não foi tão mal, em que pese o fato de ele estar visivelmente sem ritmo de jogo. Porém, sua saída de bola, comparada a Willians é, como posso dizer… Comparar a saída de bola de Nilton com a de Willians é como comparar uma LaFerrari com um Chevette de brinquedo, se eu me fiz entender… No caso de Nilton, acho que jogando um pouco mais ele certamente vai “deslanchar”. O problema maior é seu companheiro.

É uma das mais tristes constatações possíveis. Aranguiz foi um dos piores jogadores em campo. Omisso na defesa, não subiu como se esperava, talvez até pela abundância de atacantes. Fez muitas faltas. O fato é que aquele jogador exuberante, destaque da seleção chilena, é cada vez mais uma distante lembrança. Por mais incrível que possa parecer, seria quem eu tiraria para colocar Anderson

E Fabricio… Segue sendo o mesmo de sempre, só que sem os gols… Dizer que Fabricio faz parte da defesa é quase licença poética.

Com essa defesa, a nossa Libertadores será bem curtinha…

No Frigir dos Ovos…

O jogo foi contra o Zequinha, mas deu para perceber que o ataque “encaixou”. Vitinho já pode ser considerado um achado. A entrada de Luque foi outra boa notícia. É claro que ajustes são necessários, mas foi uma atuação promissora, e tem muito espaço para crescimento.

D'Alessandro teve uma atuação bem melhor, com Vitinho em campo.

D’Alessandro teve uma atuação bem melhor, com Vitinho em campo.

O meio campo, com D’Alessandro criando, mas com a opção de Claudio Winck pela lateral, além da saída de bola mais qualificada de Nilton, mostrou-se ótimo para atacar. Porém, a parte defensiva ainda está com sérios problemas, e isso passa necessariamente por Aranguiz. Diego Aguirre precisará estudar bem as opções para resolver isso.

Mas a defesa, se mantiver Paulão e Ernando, nem fazendo pós-graduação e doutorado. Ao invés de procurar outro atacante, eu buscaria um zagueiro para jogar com Réver, e deixaria Alan Costa na reserva imediata. Não que o garoto seja espetacular, mas perto dos outros dois…

Quanto à lateral esquerda, infelizmente teremos que nos acostumar com Fabricio, por mais absurdo que isso possa parecer. E pensar que Zé Roberto estava aqui em Porto Alegre, “dando sopa”…

Porém, ainda acho que Diego Aguirre está devendo – e muito. Ele ainda não me convenceu, e a estreia na Libertadores está chegando. Fazer um ataque com Sasha, Vitinho E Nilmar funcionar, até eu. Corrigir a situação defensiva é que exige conhecimento e capacidade. E isso ele ainda não mostrou.

O placar mostra bem a situação. Após estar ganhando por 3 x 0, o Inter levou dois gols “bestas” (em cima de quem? Paulão, claro). Sasha fez o quarto, e a situação parecia tranquila. O terceiro gol do Zequinha foi uma “pintura”, gol de vinheta de copa do mundo. Bicicleta por cobertura. Aí, levar o quarto em outra “burrada” é demais…

Devo ressaltar que Alisson não teve culpa em nenhum dos gols, o que piora ainda mais a situação.

Por tudo isso, tenho muito medo da Libertadores… Porque levar um empate do São José, depois de fazer quatro gols é uma coisa. No torneio sul-americano, o “buraco é mais embaixo”… Saudades do Abelão

Na verdade, eu acho que o próprio Celso Roth já teria deixado esse time bem mais consistente. E essa afirmação é chocante por si só.




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